quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

"MINHA MÃE" - Rita Bittencourt

A luz difusa iluminava os cabelos dela,
que eram lindos, plumbios, em cachos
e os olhos de mel, pesados de sombras e cílios ralos
pestanejavam na solidão do silencia. Plitz, plitz...
Quase tristes...
Fitava longe... Acho que nem via aquela máquina antiga de tirar fotos
onde um homem escondido sob um pano preto colhia "milagres".
Naquele momento o mundo era assim, aquela caixa que a continha,
eternizando-a como uma joia de família...
 
Amor, mamãe. Saudades...
Dois anos e quatro meses... Dê notícias, por favor...
 
 

domingo, 26 de janeiro de 2014

"Engula as Lágrimas" - Joia autoral - Rita Bittencourt


ENGULA AS LÁGRIMAS!
Quando lhe falaram - Engula as lágrimas! - em tempos tão distantes,
engoliu todas, uma a uma, e reteve-as nas entranhas.
Assim aprendeu a guarda-las. E foram tantas, tantas, que, engolidas,
empedraram, escondidas no oco do seu ser.
E o peso dessas lágrimas que pesavam tanto, arqueou-a.
E, jovem, ficou velha, lenta em gestos,

prenhe de pranto,
olhos embaçados e tristes,
 mira perdida no infinito.
E por lá ficou
aquele olhar quedado,
parece que para sempre.
Diziam que era louca...


Joia Autoral elaborado em titânio, "bordado" em nuances matizados, técnica desenvolvida pela autora. Prata, pérolas cultivadas e contas de ametista.