sábado, 15 de fevereiro de 2014

Em cada canto dessa casa...

Há uma ausência em cada canto dessa casa, incompleta sem ti... Meus passos arrastam-se e meu corpo, leve, agarra-se  ao chão com  peso de mil anos, ávido de ficar ali para sempre, inerte, sem vontades... Os lugares já não são os mesmos sem tua presença. Cada canto  silencioso, meio que chora minha dor. Sua cadeira , lá fora, onde via os passarinhos e dava  conta de todas as flores
 e folhas que nasciam, espera teu retorno. Lá, sentava-se à tarde e comentava do bando de patos que passavam grasnando, da cor do crepúsculo, do Cristo de braços abertos no cimo de sua montanha, do espelho d'água que a baia formava sem o vento... Conversávamos, falávamos da vida, do nosso filho, da nossa família, do que vivemos, da sorte de termos nos encontrado um dia. E me chamava de linda, meu amor, Fia, Fioca e me olhava com o olhar cor de mel mais lindo e amoroso do mundo. Nos abraçávamos, nos beijávamos... Sinto tua presença, busco em cada canto teu vulto, o eco de tua gargalhada, o calor do teu abraço, teu cheiro, teu canto pois sabia todas as músicas... Sinto tanto a tua falta, há tanta saudade em mim que, tomada dela flutuo em agonia. Penso que nunca mais serei feliz pois nossa felicidade foi tão grande e plena que nem nós mesmos a repetiríamos. Ah, como fomos felizes, meu amor. Como fomos felizes... Aguardo ansiosa o dia em que eu possa ir pra ti. AMOR, AMOR, AMOR!