terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

"" A parte que me cabe" - Rita Bittencourt

Busco os mistérios, seus encantos
a surpresa, o enlevo.
Busco a tênue linha entre o sim e o não,
o fim escuro do poço,
a luz em explosão depois,
o mais e seus limites,
a plenitude do menos,
a embriaguez dos voos,
a agonia da queda e o assombro.
Insisto, persisto, nunca desisto.
Choro, esperneio, sou fera, sou santa,
não devo, não cobro,
não me furto, não fujo.
Já vi, ouvi, falei, defendi, vivi, intuí, acertei, errei,
mas não dei a cara à tapa! Caras, não estapeei...
Carne viva,
já morri mil vezes,
nada mais me espanta...

Faço a parte que me cabe
com os olhos pintados de verde,
batom laranja,
vestido azul e saltos altos
que me permitem tocar os céus.
Ando aprendendo a gargalhar!
Ontem, quando a tarde caia, perfeita para ilustrar meu poema.

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